Bem aproveitando que já estamos na contagem regressiva para o fim do mundo né, afinal próxima sexta-feira é a fátidica data; estava eu conversando com alguns conhecidos e entramos neste tema:
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Imagem legalzinha... |
ou seja, como seria depois de bater as botas
Bem, o fato é que, teorias existem muitas de como seria o além-túmulo, como não tenho o que fazer mesmo, (
- a maioria dos cristãos, ou seja católicos, ortodoxos e a maioria das correntes protestantes (
que seria o nome mais corretinho para os evangélicos e afins), acreditam na imortalidade da alma e tem sua crença de vida pós-morte baseada nas crenças das clássicas religiões grego-romanas. Ou seja, após a morte, a alma imortal da pessoa é imediatamente julgada por Deus (ou qualquer outra entidade relacionada) e mandada para viver em um outro mundo de acordo com suas na vida terrena, os bons são agraciados com o paraíso, e os maus são punidos com os mais severos suplícios no fogo do inferno. alguns também falam de um lugar intermediário (o purgatório), pra onde iriam os que não foram bons o bastante para o céu, e nem maus o suficiente para o inferno de fogo e tormento. Se alguém estudar mitologia grega, vai ver que isso é exatamente o que os antigos gregos criam, ou seja eles diziam que existia o "mundo dos mortos", governado pelo deus Hades, com três níveis, o inferior, para onde iam os maus (serem atormentados pelo resto da eternidade), o intermediário, onde iam os "mais-ou-menos" bons, que era um mundo vazio, onde as almas penadas só ficavam indo de uma lado para o outro, e o nível superior, cheio de árvores, muito verde, onde os bonzinhos viveriam prazerosamente o resto da imortalidade de suas almas... Curiosamente, os gregos diziam que o "mundo dos mortos" ficava debaixo da terra, e atualmente é da cultura popular imaginar o inferno de fogo e dor eternos, sendo subterrâneo...
- os seguidores do Dr. Rivail, também conhecidos como espíritas, plagiando religiões orientais (
principalmente da Índia, China e Japão) pregam as noções de karma, nirvana e reencarnações, ou seja, as pessoas são espíritos imortais que ficam trocando de corpos ao longo dos tempos até pagarem todos os pecados que cometeram em todas as suas vidas... ou seja, todo mundo um dia vai se encarnar como um monge nalgum mosteiro nalgum lugar isolado... Após sofrer muito em centenas ou milhares de vida, você atinge o Nirvana (não, não é a banda, idiota!), ou seja, sua alma é teletransportada pra lugar nenhum e você passa o resto da eternidade com outras pessoas que chegaram a tal ponto fazendo absolutamente nada... Ou qualquer coisa parecida... Mas se é pra falar de religião vamos falar de algo que presta...
- Muçulmanos, a maioria dos judeus e algumas vertendes cristãs, creem em algo chamado de ¨Juízo Final¨, ou seja, um dia, chmado por alguns de ¨Fim do Mundo¨,
e por outros de próxima sexta, no qual todas as pessoas que vivem ou já viveram na terra seriam julgadas e receberiam a recompensa pelo que teriam feito nesta vida, de forma que após a morte, haveriam um tempo de espera até que chegasse o dia do Juízo.
O que eu penso (como se importasse para alguém...)
Ultimamente não posso dizer que pertenço a esta ou aquela religião (falta de tempo,
Além disto, gosto de ler livros religiosos, mas estou falando livros religiosos mesmo, e não ¨livros com espiritualidade¨ (
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Alguns bons livros de se ler... |
Bem, mas das três teorias que se apresentam para o que se passa depois de vestir o terno de madeira e de ir dormir com os peixes, ou seja lá qual eufemismo você preferir para morrer, a que me parece mais coerente é a terceira. Até porque é a que se apresenta em comum nas duas maiores religiões do mundo e nos dois principais livros sagrados (pra quem não sabe, a Bíblia e o Alcorão)
Bem, existe um texto em particular na Bíblia que me faz questionar a maioria dos cristãos em sua crença post mortem grego-romana, este texto seria as palavras de Jesus (conhecido por Jesuiz por muitos evangélicos rsrs) registradas no Evangelho de Mateus, capítulo XI, versos 23 e 24 (adoro escrever igual aos antigos rsrsrs), ali, Jesus diz que se os milagres que ele realizou na cidade de Carfarnaum, tivessem sido feitos em Sodoma (aquela que ficava junto com Gomorra), os homens de lá teriam se arrependido e se ¨convertido de seus maus caminhos¨.
Mas é no verso 24 que vem o ponto em questão, nele Jesus (ou Isa, como os muçulmanos o chamam) diz:
¨O dia do Juízo haverá menos rigor para Sodoma do que para você¨
Ou seja, observe que Ele diz ¨haverá¨, indicando que ambas cidades ainda seriam julgadas e no mesmo dia... Se o julgamento se desse imediatamente após a morte, Jesus diria algo como: ¨Haverá mais rigor para você do que houve para Sodoma¨, será que dá pra entender?
Outro ponto que quero comentar é de um livro chamado de apócrifo (ou de pseudoepigrafo, por alguns, embora ele já tenha sido considerado canônico pela igreja ortodoxa etíope), o chamado Livro de Enoque, no capitulo 22, no qual, guiado pelos ¨santos anjos¨, o profeta vê a ¨morada dos mortos¨, onde as almas dos que já partiram desta pra melhor aguardam o dia do Juízo. Eles as descreve como sendo quatro lugares amplos, separados uns dos outros por abismos, sendo que três dos locais eram escuros e reservados para as almas de diferentes tipos de pessoas ¨más¨, e um quarto lugar era iluminado e deleitoso, reservado para as almas de pessoas boas.
Mas o que isso tem a ver? Bem, é que este livro revela bem as crenças judaicas dos ultimos séculos antes da ¨era crist㨠(época mais provável em que ele foi escrito), ou seja, praticamente o que as pessoas que conviveram com Jesus acreditavam, e talvez o que ele próprio acreditava neste tema. Pois existe um texto nos evangelhos que mostra boa similaridade com o do texto apócrifo.
Registrado no Evangelho de Lucas, capítulo XVI, a chamada parábola do Rico e de Lázaro, conta que após a morte, cada um foi levado a um lugar distinto, do qual podiam se ver, quando o homem rico em sofrimento pede que Lázaro lhe alivie um pouco o sofrimento, este lhe informa que isto era impossivel, pois os locais eem que estavam estavam separados por um profundo abismo.
Consegue perceber a semelhança? Locais distintos, separados por abismo...
Finalmente, o final...
Bom, aqui podemos observar uma certa incoerência que se pode observar nos evangélicos (ou principalmente neles...), que é a que se trata de literatura ¨extra-bíblica¨.
Porque é fato que se você mencionar para um evangélico qualquer dos livros chamados de apócrifos ou pseudoepígrafos, creio que de 9 em cada 10 você ouvirá algo do tipo ¨isto é do diabo!¨, ou um ¨isto não foi inspirado por Deus¨.
Mas agora observa a incoerência: os mesmos evangélicos com certeza leem, ou no mínimo tem a pretensão de ler, os livros dos famosos pregadores da atualidade (seja Benny Hinn, Mike Murdock, William P. Young, Ricardo Gondim, C. S. Lewis, ou seja lá quem mais você acha que deveria estar nesta lista), considerando-os totalmente inspirados por Deus e quase pondo-os no mesmo nível de autoridade religiosa que o próprio Livro Sagrado...
Consegue perceber a insensatez? Tipo, esses caras viveram pelo menos uns 1900 anos depois do último livro da Bíblia ter sido finalizado (e pelo menos uns 1600 anos depois da primeira Biblia oficial ser lançada), em uma época, povo, cultura e sociedade totalmente distintas da descrita na Bíblia, mas o que eles escrevem é ¨inspirado pelo Espiríto Santo¨, enquanto que homens que pertenciam ao mesmo povo e viviam praticamente na mesma época, na mesma sociedade e sob a mesma cultura que os escritores da Bíblia, simplesmente não escreveram nada de útil e são simplesmente mentirosos charlatões!
Pra estes, eu finalizo, raciocinar com lógica não faz mal pra ninguém...