domingo, 16 de dezembro de 2012

Falando em pós-morte... e um pouco de incoerência dos evangélicos


Bem aproveitando que já estamos na contagem regressiva para o fim do mundo né, afinal próxima sexta-feira é a fátidica data; estava eu conversando com alguns conhecidos e entramos neste tema:


Imagem legalzinha...
Post mortem


ou seja, como seria depois de bater as botas


Bem, o fato é que, teorias existem muitas de como seria o além-túmulo, como não tenho o que fazer mesmo, (e o mundo vai acabar em uma semana mesmo, então, pra que perder mu tempo se esforçando em fazer algo trabalhoso...) vou enumerar as principais as que somos expostas no cotidiano:



  • a maioria dos cristãos, ou seja católicos, ortodoxos e a maioria das correntes protestantes (que seria o nome mais corretinho para os evangélicos e afins), acreditam na imortalidade da alma e tem sua crença de vida pós-morte baseada nas crenças das clássicas religiões grego-romanas. Ou seja, após a morte, a alma imortal da pessoa é imediatamente julgada por Deus (ou qualquer outra entidade relacionada) e mandada para viver em um outro mundo de acordo com suas na vida terrena, os bons são agraciados com o paraíso, e os maus são punidos com os mais severos suplícios  no fogo do inferno. alguns também falam de um lugar intermediário (o purgatório), pra onde iriam os que não foram bons o bastante para o céu, e nem maus o suficiente para o inferno de fogo e tormento. Se alguém estudar mitologia grega, vai ver que isso é exatamente o que os antigos gregos criam, ou seja eles diziam que existia o "mundo dos mortos", governado pelo deus Hades, com três níveis, o inferior, para onde iam os maus (serem atormentados pelo resto da eternidade), o intermediário, onde iam os "mais-ou-menos" bons, que era um mundo vazio, onde as almas penadas só ficavam indo de uma lado para o outro, e o nível superior, cheio de árvores, muito verde, onde os bonzinhos viveriam prazerosamente o resto da imortalidade de suas almas... Curiosamente, os gregos diziam que o "mundo dos mortos" ficava debaixo da terra, e atualmente é da cultura popular imaginar o inferno de fogo e dor eternos, sendo subterrâneo...



  • os seguidores do Dr. Rivail, também conhecidos como espíritas, plagiando religiões orientais (principalmente da Índia, China e Japão) pregam as noções de karma, nirvana e reencarnações, ou seja, as pessoas são espíritos imortais que ficam trocando de corpos ao longo dos tempos até pagarem todos os pecados que cometeram em todas as suas vidas... ou seja, todo mundo um dia vai se encarnar como um monge nalgum mosteiro nalgum lugar isolado... Após sofrer muito em centenas ou milhares de vida, você atinge o Nirvana (não, não é a banda, idiota!), ou seja, sua alma é teletransportada pra lugar nenhum e você passa o resto da eternidade com outras pessoas que chegaram a tal ponto fazendo absolutamente nada... Ou qualquer coisa parecida... Mas se é pra falar de religião vamos falar de algo que presta...


  • Muçulmanos, a maioria dos judeus e algumas vertendes cristãs, creem em algo chamado de ¨Juízo Final¨, ou seja, um dia, chmado por alguns de ¨Fim do Mundo¨, e por outros de próxima sexta,  no qual todas as pessoas que vivem ou já viveram na terra seriam julgadas e receberiam a recompensa pelo que teriam feito nesta vida, de forma que após a morte, haveriam um tempo de espera até que chegasse o dia do Juízo.

O que eu penso (como se importasse para alguém...)


Ultimamente não posso dizer que pertenço a esta ou aquela religião (falta de tempo, e excesso de hipocrisia, contribuí para isto...), embora sempre me esforce para manter a mente voltado aos bons caminhos...

Além disto, gosto de ler livros religiosos, mas estou falando livros religiosos mesmo, e não ¨livros com espiritualidade¨ (que não passam de só mais uma das modinhas cool atuais) ou daquelas historinhas psicografadas que mais parecem roteiro de novela da Globo (ECA!!!!)...

Alguns bons livros de se ler...
Bem, mas das três teorias que se apresentam para o que se passa depois de vestir o terno de madeira e de ir dormir com os peixes, ou seja lá qual eufemismo você preferir para morrer, a que me parece mais coerente é a terceira. Até porque é a que se apresenta em comum nas duas maiores religiões do mundo e nos dois principais livros sagrados (pra quem não sabe, a Bíblia e o Alcorão)

Bem, existe um texto em particular na Bíblia que me faz questionar a maioria dos cristãos em sua crença post mortem grego-romana, este texto seria as palavras de Jesus (conhecido por Jesuiz por muitos evangélicos rsrs) registradas no Evangelho de Mateus, capítulo XI, versos 23 e 24 (adoro escrever igual aos antigos rsrsrs), ali, Jesus diz que se os milagres que ele realizou na cidade de Carfarnaum, tivessem sido feitos em Sodoma (aquela que ficava junto com Gomorra), os homens de lá teriam se arrependido e se ¨convertido de seus maus caminhos¨.

Mas é no verso 24 que vem o ponto em questão, nele Jesus (ou Isa, como os muçulmanos o chamam) diz:

¨O dia do Juízo haverá menos rigor para Sodoma do que para você¨

Ou seja, observe que Ele diz ¨haverá¨, indicando que ambas cidades ainda seriam julgadas e no mesmo dia... Se o julgamento se desse imediatamente após a morte, Jesus diria algo como: ¨Haverá mais rigor para você do que houve para Sodoma¨, será que dá pra entender?


Outro ponto que quero comentar é de um livro chamado de apócrifo (ou de pseudoepigrafo, por alguns, embora ele já tenha sido considerado canônico pela igreja ortodoxa etíope), o chamado Livro de Enoque, no capitulo 22, no qual, guiado pelos ¨santos anjos¨, o profeta vê a ¨morada dos mortos¨, onde as almas dos que já partiram desta pra melhor aguardam o dia do Juízo. Eles as descreve como sendo quatro lugares amplos, separados uns dos outros por abismos, sendo que três dos locais eram escuros e reservados para as almas de diferentes tipos de pessoas ¨más¨, e um quarto lugar era iluminado e deleitoso, reservado para as almas de pessoas boas.

Mas o que isso tem a ver? Bem, é que este livro revela bem as crenças judaicas dos ultimos séculos antes da ¨era crist㨠(época mais provável em que ele foi escrito), ou seja, praticamente o que as pessoas que conviveram com Jesus acreditavam, e talvez o que ele próprio acreditava neste tema. Pois existe um texto nos evangelhos que mostra boa similaridade com o do texto apócrifo.

Registrado no Evangelho de Lucas, capítulo XVI, a chamada parábola do Rico e de Lázaro, conta que após a morte, cada um foi levado a um lugar distinto, do qual podiam se ver, quando o homem rico em sofrimento pede que Lázaro lhe alivie um pouco o sofrimento, este lhe informa que isto era impossivel, pois os locais eem que estavam estavam separados por um profundo abismo.

Consegue perceber a semelhança? Locais distintos, separados por abismo...



Finalmente, o final...


Bom, aqui podemos observar uma certa incoerência que se pode observar nos evangélicos (ou principalmente neles...), que é a que se trata  de literatura ¨extra-bíblica¨.

Porque é fato que se você mencionar para um evangélico qualquer dos livros chamados de apócrifos ou pseudoepígrafos, creio que de 9 em cada 10 você ouvirá algo do tipo ¨isto é do diabo!¨, ou um ¨isto não foi inspirado por Deus¨. 

Mas agora observa a incoerência: os mesmos evangélicos com certeza leem, ou no mínimo tem a pretensão de ler, os livros dos famosos pregadores da atualidade (seja Benny Hinn, Mike Murdock, William P. Young, Ricardo Gondim, C. S. Lewis, ou seja lá quem mais você acha que deveria estar nesta lista), considerando-os totalmente inspirados por Deus e quase pondo-os no mesmo nível de autoridade religiosa que o próprio Livro Sagrado...

Consegue perceber a insensatez? Tipo, esses caras viveram pelo menos uns 1900 anos depois do último livro da Bíblia ter sido finalizado (e pelo menos uns 1600 anos depois da primeira Biblia oficial ser lançada), em uma época, povo, cultura e sociedade totalmente distintas da descrita na Bíblia, mas o que eles escrevem é ¨inspirado pelo Espiríto Santo¨, enquanto que homens que pertenciam ao mesmo povo e viviam praticamente na mesma época, na mesma sociedade e sob a mesma cultura que os escritores da Bíblia, simplesmente não escreveram nada de útil e são simplesmente mentirosos charlatões!


Pra estes, eu finalizo, raciocinar com lógica não faz mal pra ninguém...

4 comentários:

  1. Como diria um o verdadeiro Teólogo e discípulo de Cristo (para não usar o termo evangélico tão desgastado pela modinha protestante), Carlos Osvaldo: Não demonstre tão abertamente sua ignorância meu caro. Veja o que você diz:
    “observe que Ele diz ¨haverá¨, indicando que ambas cidades ainda seriam julgadas e no mesmo dia... Se o julgamento se desse imediatamente após a morte, Jesus diria algo como: ¨Haverá mais rigor para você do que houve para Sodoma¨, será que dá pra entender?”

    Não, infelizmente não da pra entender mesmo que métodos você usa pra entender um texto. Jesus diz haverá, verbo no futuro do presente do modo indicativo. Por que ele indica que as duas cidades seriam julgadas no mesmo dia?!?!?!?!?!?!?
    Então vamos ler o texto juntos. No julgamento final haverá mais rigor para Carfarnaum (então essa cidade será julgada no futuro) do que houve com Sodoma. Houve, um verbo no pretérito perfeito do modo indicativo, mostra que ela já foi julgada. Ele se refere a destruição de Sodoma que é relatado em Gênesis 18.16 – 19.38.
    É quanto aos livros apócrifos vai ser difícil explicar algumas coisas... por isso ele não se encaixa no Canon. Realmente foi considerado canônico na igreja católica, mas sua historicidade mostra que ele foi escrito muito depois da época dos apóstolos então não tem autoridade como palavra de Deus. E não!!! Ele não revela bem as crenças judaicas, o judaísmo nunca assumiu esses livros como palavra de Deus ou o colocou junto com a Torá. Para saber o que Jesus acreditava é melhor olhar para a Lucas cap. 16 e a parábola do rico e do Lázaro que você citou: Verso 23 “E no inferno, (o rico) ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio.” Talvez daí veio a ideia de que o inferno é embaixo e o céu em cima... no verso 26 ele Abrão diz pro rico que “está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá.” Agora por favor, não vamos se leigos, entenda que essas coisas não podem ser totalmente literais, mas figuram uma realidade espiritual, a condição inferior entre o “inferno e o Céu” e a impossibilidade de mudar de lugar.
    Se você conhece evangélicos que e que consideram os livros de Benny Hinn, Mike Murdock, William P. Young, Ricardo Gondim, C. S. Lewis como livros inspirados por Deus tendo-os no mesmo nível da Bíblia então você pode ler pra eles Efésios 2.20 que diz: “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” ou seja, os fundamentos da igreja já estão estabelecidos nas escrituras, não existem mais apóstolos vivos e não pode haver nova revelação (mais palavra de Deus). Então nossos irmãos podem sim usar a Bíblia para nos exortar e ensinar, mas o que eles dizem não é inspirado por Deus (no grego θεοπνευστος, theopneustos, soprado por Deus), ou seja, se assim os fazem estão contra o que a Bíblia ensina.
    Mas não culpo você por conhecer cristãos pouco comprometidos com a Palavra, entretanto o convido para conhecer evangélicos que lutam pela verdade e estudam a Bíblia com seriedade. Se você lê Benny Hinn, Ricardo Gondim e William P. Young pare agora posso te indicar bons livros.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ola, acho q deveria agradecer, você é o primeiro a comentar neste blog...

      Mas vamos a resposta ao comentário, você usou muitas palavras, e em muito concordo contigo, porém em certos pontos voce exarcebou um pouco (eu sei pq faço isso bastante também), a verdade é que relutei em escrever temas religiosos aqui por que sei que geram muita polemica e discussão, e, você deve conhecer o que diz 1Timóteo 1.4 e textos relativos, mas o que escrevi escrevi, e realmente trata-se do que creio.

      primeiro respondendo o que é mais facil, a questão dos apócrifos: não sei se entendeu direito o que quis dizer, em momento algum quis considerar qualquer destes livros no mesmo nível do canón ou inquestionávelmente inspirados por Deus, pois sei muito bem que eles possuem incoerências e pontos duvidosos (assim como os livros ¨religiosos¨ escritos atualmente), minha critica é quanto às pessoas que falam sem conhecer e taxam de ¨satânico¨ sem nem mesmo saber do que estão falando, sobre os livros atuais, bem se você vai a igreja (idependente de qual seja), sabe que infelizmente existem muitos néscios (e, mais infelizmente ainda, alguns líderes) que baseiam mais sua fé nestas obras atuais do que onde realmente deveriam se embasar.

      Sobre a questão de Mateus 11.24, me desculpe, mas não sei em qual tradução você me apresentou o texto, poruqe observe o que eu li:

      na Almeida (a versão mais utilizada por protestantes):

      ¨Digo-lhes, que haverá menor rigor, no Dia do Juízo, para com a terra de Sodoma do que para contigo¨

      na NVI:

      ¨no dia do juízo haverá menor rigor para Sodoma do que para você¨


      no Novo Testamento Judaico:

      ¨o Dia do Juízo será mais suportável para a terra de Sodoma do que para você¨

      Assim, não vejo a incoerência da qual me disse.

      Sobre a ¨morada dos mortos¨, em momento algum disse que haveria um lugar fisico geografico onde as almas dos mortos se depositariam (como seu comentario me fez parecer), mas isto seria algo da dimensão espiritual, explicado de uma forma fisica para que as pessoas da época pudessem entender (e de fato ate hoje muitas não entendem...)

      Mas tenho que admitir, opiniões contrastantes à parte, seu comentário me agradou, possuí boa argumentação.

      Chessed vShalom

      Excluir
  2. Olá Dinho, Muito inteligente as suas apreciações sobre os evangelhos, mundo dos mortos, mas principalmente sobre o Livro de Enoque. Recomendo que acesse a Doutrina Secreta de Helena Petrovna Blavatsky. Entretanto, já vou lhe prevenindo que precisará de muito esforço para compreender tudo que se encontra na obra, e recomendo a procura da Sociedade Teosófica. Seis tomos de quase 700 páginas.O Livro De Enoque, foi compilado 600 anos AC para o hebreu, de algum exemplar provavelmente da antiga Babilônia/Suméria ou Egito. O original ninguém seria capaz de rastrear a procedência e a língua em que foi escrito, mas sabe-se que passou pelo Atlantes e Rutas no pacífico predecessores dos hindus, milhares de anos antes de aparecer em outras partes. Um exemplar compilado em copta, encontrado por um aventureiro inglês tal de Bruce, encontra-se na biblioteca Bodleyana de Oxford. O Livro de Enoque original, o ancião de dias é o mencionado no Apocalipse fragmentos do próprio livro, que virá de posse do cordeiro nos dias finais, não pode ser compreendido sem as sete chaves de interpretações que decifram suas alegorias e só que tem as chaves seria Jesus. As chaves são: Simbólicas, Matemáticas, Geométricas, Astronômicas, Criptográficas e mais uma velada.
    Quanto ao mundo dos mortos, recomendo que tome o Santo Daime e descobrirá o que existe do lado de lá. Esse negócio de juízo final é conversinha mole para boi dormir e opiniões de sacerdotes que tinham interesse na manipulação de seus adeptos ao longo de milênios. O tribunal de Deus é a própria consciência do homem, que ao ser despertada pode levar a corrupta mente humana a um verdadeiro inferno, de acordo com os pecados cometidos. O destino da alma após a morte é a atração vibratória as mentes iguais, em determinadas dimensões. "Mentes afins se atraem, diferentes se repelem". Exemplo: A alma suicida fica estagnada entre a nossa dimensão e a próxima com outras iguais, para superar os motivos pelo qual a levaram a cometer suicídio, até chegar a compreensão do arrependimento e seguir a luz.
    Nossos ancestrais criadores são os alienígenas e Jesus era um deles, talvez o mais importante. As ideias de deuses, anjos, demônios e etc, nasceram da incapacidade de compreensão da tecnologia empregada nos fenômenos, chamados milagres. Os alienígenas criaram, selecionaram, expurgaram e estão por aí monitorando o desenvolvimento humano, tanto intelectual, espiritual, moral e físico...
    Aloisio Santos frc
    autor de seis livros sobre o tema e inúmeras matérias de jornais

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. olá Aloisio, obrigado pelo comentário.
      Mas, sendo sincero contigo, sou familiarizado com a teoria dos "Deuses astronautas" e conheço o livro "Eram os deuses astronautas?" de van Daniken (o qual apresentou a teoria na década de 60), assim como também já vi algumas coisas sobre Blavatsky.
      Já me encontrei com tipos teosóficos e inclusive já me interessei por assuntos do gênero. Mas, com todo o respeito, para minha "mente simplória" é mais racional, mais lógico e faz mais sentido acreditar na "conversinha mole para boi dormir", como o Juízo Final, do que em "homenzinhos verdes do espaço transando com macacos para gerar seres humanos".

      Excluir